domingo, 14 de novembro de 2010

Que Estranho Funeral



Um sacerdote foi encarregado de paroquiar uma comunidade que tinha São Pedro como Padroeiro.
Começou por fazer os seus projectos e pregar com todo o entusiasmo.
Mas … para quem?
A população não participava na Missa dominical. Participava, sim, um grupo de mulheres idosas e viúvas.
Os homens perdiam-se pelos cafés a beber e a ver jogos de futebol. Os jovens dormiam até tarde, pois regressavam das discotecas a altas horas da madrugada; as crianças, sem exemplos de motivação, preferiam a «bonecada» da televisão, em vez de irem à catequese e à Missa dominical.
Desanimado com tudo isto, o padre pensou em deixar a paróquia. E … pediu a São Pedro que o iluminasse.

Teve uma ideia: «Vou despedir-me, fazendo o enterro da Paróquia!»
Falou com o senhor Bispo e fez o anúncio do que tinha idealizado.
Marcou o velório para Sábado Santo e o funeral no Domingo de Páscoa.
Os paroquianos aguardavam curiosos e interrogavam-se.
Quem seria o morto? ...

Chegou finalmente o dia.
Em frente do altar lá estava uma urna bem fechada. À hora prevista começou uma correria para a igreja que, nesse dia, foi pequena demais para tanta gente.
A aparelhagem sonora transmitia música fúnebre.
O padre fez o melhor sermão da sua vida.
Por fim anunciou que ia abrir o misterioso caixão.
Formou-se logo uma imensa fila e um a um, com os olhos penetrantes, os paroquianos foram passando pela urna aberta.

Que viram?

Cada qual via-se a si mesmo, porque na urna estava um límpido espelho.
Para além da surpresa, lia-se nos olhos de todos a emoção e a vergonha.

Terminado o desfile, o pároco disse:
«Caríssimos paroquianos estou muito feliz porque acabais de participar na Ressurreição da nossa paróquia.»

De facto, a partir daí, a fé reacendeu-se e a prática religiosa passou a ser cada vez mais participativa.

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